A Lenda de Agostinho e Mariazinha, um Amor Fatal
Essa Lenda brasileira, nos leva a cidade de Taiuva, interior de São Paulo, onde o trágico amor de dois jovens, Agostinho e Mariazinha, separados por situações sociais tão diferentes, foi o estopim para um trágico crime que originou a mais conhecida Lenda Urbana da cidade, e que nos mostra o quanto as injustiças cometidas em vida podem perturbar a mente de uma pobre alma penada.
A Lenda de Agostinho e Mariazinha
Agostinho era um jovem soldado de família rica da cidade de Taiuva, interior de São Paulo. Mariazinha, jovem bonita, humilde e pobre, da cidade de Taiaçu. Se apaixonaram no ano de 1927, quando Agostinho voltou do exército. A encontrou na praça, bela, cheirosa e dançando sensualmente. Se beijaram, apaixonaram-se e começaram a namorar. Ele a apresentou aos familiares e tudo mais. Mas Mariazinha sempre, sempre evitava apresentá-lo aos pais dela. Ele estranhava, mas achava que era porque ela tinha medo deles serem contra. Mas não. A verdade é que Mariazinha não tinha família. Ela se mantinha fazendo programas com homens ricos e senhores do café da região. A mãe dela morreu e o pai a abandonou quando ela tinha somente 13 anos.
Antes de Agostinho, ela nunca se apaixonara. Por isso, nunca pensou em uma ”explicação” pra dar a alguém que perguntasse sobre ”o que ela fazia da vida”. Mas eles namoravam, então, ela poderia enrolar ele por algum tempo mais. Porém…
Uma certa vez, Agostinho quando voltou do quartel e decidiu pedi-la em casamento, ela, aceitou na hora. Mas depois, pensou no que diria a ele, o que faria sobre a festa de casamento, que na época, era bancada, em sua maioria, pelos pais da noiva. Decidiu que ia fazer um último programa, com um sujeito muito rico da cidade vizinha, Bebedouro, e usar o dinheiro pra comprar um vestido e tudo o que uma noiva tinha direito que seu pai bancasse, na época. Depois, diria ao marido que o pai tinha se mudado com a mãe para outro país. E ela, ia parar de fazer programas e viver como dona de casa para Agostinho, como era comum na época, e o sonho dela desde que o conheceu. Mas teve um problema…
Agostinho, sem dar aviso prévio, decidiu simplesmente que iria fazer uma surpresa pra ela, encontra-la em casa e conhecer também os pais dela, que ela tanto evitava. Mas justamente nesse dia, a moça tinha combinado de ir a cidade vizinha, fazer o tal último programa, o que ela cobraria mais caro e que lhe garantiria a festa de casamento e o lindo vestido que viu dias antes numa loja. E quando ele chegou lá, encontrou a casa dela aberta, mas vazia. E sobre a mesa, uma carta. Uma carta dela combinando o último programa com o tal homem rico da outra cidade. Ele ficou muito bravo. Ou melhor, ficou cego de ódio. E decidiu esperar ela chegar. Assim que Mariazinha entrou, ela se surpreendeu e ficou feliz por ele estar ali. Mas ao notar a carta sobre a mesa e o olhar de ódio dele, tentou explicar-se. Mas ele não deu tempo. Tirou o punhal da cintura e a esfaqueou ali mesmo, na cozinha. 15 facadas pelo corpo. Depois, pegou seu cavalo e seguiu para casa. Então, se suicidou no próprio quarto, enquanto a família almoçava sem saber do ocorrido.
Ninguém sabe ao certo o modo que ele fez isso. Uns dizem que foi tomando veneno. Outros, enforcamento. Mas o mais provável é enforcamento.
Depois que ele se suicidou, a família mandou fazer o tumulo mais ornamentado e caro da época. A maior cruz de todo o cemitério, era do tumulo dele.
Mariazinha não tinha familiar pra bancar seu sepultamento. Então, o rapaz de Bebedouro, que foi seu último amante, bancou tudo e fez uma homenagem em sua lápide com a seguinte frase: ”Um pequeno gesto de carinho pra ti, que em vida, foste meu maior prazer e alegria”.
E em frente a entrada do sitio que ela morava, ele mandou construir uma capelinha.
Acontece, que 15 dias depois do sepultamento deles, a cruz, no tumulo de Agostinho, simplesmente se partiu ao meio. E a família mandou levantar outra. Mas…
Exatamente 15 dias depois, ela tornou a se partir.
A família tentou uma terceira vez, mas acontecia sempre a mesma coisa: ela se partia 15 dias depois. O pessoal da cidade então, começou a comentar que seria coisa do próprio Diabo e a família, até então de posses, começou a perder tudo por tais boatos, já que viviam da venda de terras.
Decidiram então vender o casarão e ir embora. Porém, nenhuma das famílias candidatas a comprar a casa, passava muito tempo lá. Depois dos primeiros 15 dias, começavam a ouvir murmúrios e pedidos de perdão, vindos exatamente do quarto onde Agostinho se suicidará.
Naquela época, era comum o candidato a comprador passar 2 ou 3 meses no imóvel antes de fechar negócio. Mas devido ao fato de ninguém passar mais de 20 dias lá dentro, a família simplesmente abandonou o casarão, que continua até hoje intacto e inabitado.
Quanto a capela que foi feita em homenagem a Mariazinha, ainda existe. Dizem que nas sextas de lua cheia, se passarem lá, é verão o fantasma dela, vestida de noiva, pedindo desculpas ao seu amado, dizendo que nunca o traiu de coração. E dizem ainda que se você orar pra ela na capelinha pedindo alguma benção, esta se realizará.
O tal amante, anos depois se casou, e devido a um pedido da esposa, tentou a todo custo, apagar a escrita que mandou fazer no túmulo dela. Mas ainda hoje, é possível ver a homenagem ainda lá, rabiscada, mas legível.
Há quem diga ainda que caso você passe por ali, perto capelinha dela dirigindo bêbado ou xingando nomes pesados, Mariazinha pode te fazer sofrer um acidente.
EDIÇÃO : WANDERSON L.